Como o uso da tecnologia pode ajudar crianças atendidas pelo Caseca

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Você, com certeza, já deve ter lido algo sobre “tecnologia e o processo de aprendizagem”? Como tablets e smartphones ajudam a tornar mais lúdico e prazeroso o ensino, correto? Agora, já ouviu falar em algum aplicativo que promete ajudar crianças e adolescentes identificarem situações de risco que sofrem ou que podem sofrer ao longo da vida? Em Paragominas, a ONG Africa StarUp quer realizar, de forma pioneira na Região, um trabalho que promete despertar nos alunos, o entendimento sobre o que é violência, como ela acontece e os tipos mais comuns.

A iniciativa faz parte do Projeto “Ipad Caseca”, desenvolvido desde 2013, pela Prefeitura de Paragominas e empresa Hydro, onde crianças e adolescentes atendidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, da Secretaria de Assistência Social, contam com 15 Ipads, que proporcionam o contato com a tecnologia, além de tornar as aulas mais dinâmicas e interessantes. Desde o seu lançamento, o projeto vem ganhando novas ideias e ferramentas que auxiliam no processo de aprendizagem dos mais de 500 alunos atendidos.

Desta vez, a novidade é o uso de um aplicativo que permite trabalhar temas sociais com as crianças. É o que explica a Coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS Camboatã), Daniele Oliveira. “Recebemos a ideia com muito entusiasmo e com a certeza que vamos poder contar com a tecnologia para nos ajudar a identificar situações de vulnerabilidade naquela criança ou adolescente, uma vez que eles estarão em contato com conteúdos que vão mostrar, de forma sutil, os tipos de violação que podem sofrer”, explica Daniele.

Marit Linnebo Olderheim, da ONG Africa Start Up, conta que o aplicativo já é usado em alguns países africanos, como a Gambia e a Somália, além da Índia e Noruega. O objetivo, além de ajudar a identificar problemas sociais, é tornar a tecnologia mais atrativa e “ao alcance” das crianças e jovens. Ela explica que o aplicativo “se encaixa” ao nível de aprendizado de cada usuário. “Na escola, cada sala de aula evolui de forma diferente porque cada aluno tem níveis diferentes de aprendizado. Alguns não conseguem acompanhar a evolução da turma. Com esse aplicativo, o aluno pode desenvolver seu próprio nível de aprendizagem, sua própria velocidade, já que alguns aprendem mais rápido que outros”, afirma Marit.

Marit defende o uso das novas tecnologias para proporcionar inclusão social e igualdade entre as pessoas. “A tecnologia espera abrir um mundo para essas crianças e que elas entendam que, com o acesso a toda essa informação, podem ser mais felizes, podem aprender e melhorar na velocidade adequada a cada um, atingindo um nível muito bom. Então, se as crianças sentirem que podem aprender se divertindo ao mesmo tempo, o céu é o limite para elas”, afirma.

Para a Secretária de Assistência Social de Paragominas, Tânia Cardoso, o aplicativo vai ajudar (e muito) no serviço social desenvolvido pelo município. Ele deixa de ser exclusivamente educacional e passa a ser social também, uma vez que tem como proposta ajudar a identificar possíveis violações que crianças e adolescentes sofrem no dia-a-dia ou que presenciam. “Uma vez trabalhando as temáticas sociais, como trabalho infantil, violência doméstica, fortalecimento da família, por exemplo, o aluno vai se enxergar naquele conteúdo, talvez sendo a oportunidade que ele precisava para poder falar sobre o assunto. Então, vejo o novo aplicativo como aliado também no serviço social que prestamos”, conclui a Secretária.

Segundo Tânia, os técnicos da Assistência Social serão ouvidos pela ONG Africa Start Up, no intuito de conhecer a realidade local e com isso, personalizar os conteúdos que serão trabalhados com as crianças e adolescentes atendidos pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

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