Após três anos de coleta de dados, o Meteor Data Center, órgão ligado à União Astronômica Internacional incluiu, pela primeira vez na sua lista geral de chuvas de meteoros, duas descobertas feitas por brasileiros.
Vamos começar contando um pouco da história de Rafael Narde, que quando criança amava olhar o céu, e sonhar com as estrelas, sempre curioso queria saber um pouco mais dos mistérios que a noite trazia. Com o passar do tempo, ele foi crescendo e começou com um simples binóculo, depois baixou programas sobre o assunto no computador. Aí não mais teve jeito, o amor foi crescendo e ele começou a investir de verdade neste hobby.
Aproveitando o céu de Paragominas, que é propício para observação, pesquisou e conheceu a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros – BRAMON , onde astrônomos amadores se organizam de forma colaborativa de várias partes do Brasil utilizando câmeras de vigilância para monitorar o céu. Rafael ficou muito interessado e logo comprou um telescópio refrator e uma câmera profissional, montando assim a Primeira Estação de Monitoramento de Meteoros do Pará em sua própria casa.
Após três anos de coleta de dados, aconteceu este no início deste ano algo inédito! A BRAMON foi reconhecida internacionalmente por descobrir 02 novas chuvas de meteoros, e foi a primeira vez que brasileiros participaram de uma grande descoberta como esta. “Quando recebi a informação de que a BRAMON tinha sido reconhecida internacionalmente por descobrir duas novas chuvas de meteoros fiquei muito feliz de estar colaborando e ajudando a toda rede de monitoramento. Eu aqui com a minha câmera em Paragominas faço parte desse descobrimento! Um fato muito importante para a ciência e para o Brasil. ” Diz muito feliz Rafael Narde.
Descobertas desta natureza possuem muitos significados para a comunidade científica, pois mostra o poder de uma rede de pesquisa voluntária e colaborativa, formada por cidadãos comuns que tem interesse em produção e divulgação científica.
Sobre as chuvas de meteoro
O planeta Terra, em seu giro anual ao redor do Sol encontra, algumas vezes, pequenas partículas no espaço. E toda vez que estas partículas entram na atmosfera e queimam, formam os rastros luminosos dos meteoros. Todos nós já vimos as chamadas “estrelas cadentes” e, ao longo do ano, algumas datas são especialmente favoráveis aos seus avistamentos. São as noites onde ocorrem as chuvas de meteoros.
A União Astronômica Internacional mantém o catálogo atualizado de todas estas “chuvas”, com as datas e as posições no céu em que são visíveis. A lista possui quase 800 grupos de meteoros.
Um dos grandes interesses da BRAMON é registrar um mesmo meteoro sob vários pontos de vista. Isto é, ter vídeos de um mesmo meteoro gravados em cidades diferentes. Isto possibilita determinar a órbita que o referido meteoro possuía antes de encontrar a Terra pelo caminho.